Hel foi banida por Odin para o mundo inferior , localizado nas profundezas do Nifheim, às margens do Rio Nastronol (equivalente ao Rio Aqueronte dos gregos), e foi feita a governante desse lugar. Odin lhe deu o domínio sobre os nove mundos dos mortos que compõem esse mundo chamado Helheim, onde a Deusa decide o destino de todas as pessoas que morreram de doença e da velhice.. Como agradecimento por fazê-la governante do submundo, Hel dá um presente a Odin. Ela lhe dá dois corvos, Huginn e Muninn (Pensamento e Memória). Os corvos são mensageiros entre este reino e os próximos, abrindo caminhos para o reino da morte.
Seu palácio chama-se Elivdnir (Granizo frio), e as portas de seu reino são guardadas pelo cão de guarda Garnr. Seu reino foi nomeado por ela, Hel ou Helheim. Por ela aceitar todos em Helheim, ela também tornou-se a juíza para determinar o destino de cada alma na vida após a morte. As más almas são banidas para o reino da morte gélida (um destino que os povos nórdicos diziam ser muito pior que um lago de fogo) e tortura.
Este aspecto particular do reino de Hel era a base para o "inferno" judaico-cristão para o qual os pecadores são banidos e torturados por toda a eternidade. Ao contrário do conceito judaico-cristão, Helheim também serviu como abrigo e ponto de encontro de almas para reencarnar. Hel olha pacificamente por aqueles que morreram pacificamente de velhice ou doença. Ela cuida de crianças e mulheres que morrem no parto. Ela guia as almas que não escolhem o caminho da guerra e da violência através do círculo de reencarnação.
Por causa do papel especial de Hel nas mortes de mães em trabalho de parto e crianças de todas as idades que morrem, ela tornou-se, de acordo com algumas fontes, a guardiã especial das crianças.
Uma das histórias envolvendo Hel é a chegada de Balder em Helheim. Loki providenciou para Balder morrer, enganando-o em uma competição fraudada. Como o concurso foi organizado em Asgard, Balder não poderia voltar para aquele lugar em morte. Sua transferência foi feita para o domínio dos mortos, o domínio de Hel, Helheim. Em sua chegada ao Helheim foi recebido com banquete e festival, provando de que nem todo o reino de Hel era torturante.
Na magia, ela faz um tênue véu entre os mundos. Os Seidhr , ou xamãs nórdicos, invocam a sua proteção e vestem o helkappe, uma máscara mágica, para torná-los invisíveis (como o elmo de Hades da invisibilidade) e capacitá-los a passar pela porta de entrada para o reino da morte e do espírito. Na adivinhação, seu símbolo especial é o Hagalaz (granizo): a personificação do reino gelado que ela governa. Hel está numa encruzilhada no julgamento das almas que passam em seu reino. Nisso, ela está ligada a Osíris e Ísis, assim como Hecate.
As tribos germânicas chamavam Hel de Holda ou Bertha e acreditavam que ela acompanhava Odin na "Caçada Selvagem" para recolher as almas errantes e levá-las para recuperação em seus reinos, à espera de uma nova reencarnação. Tal Caçada Selvagem pode ter ligações com as Valquírias lideradas por Freya em seu aspecto obscuro. O nome da valquíria Brynhild significa "Hel em chamas".
A Mãe Escura Hel é uma poderosa divindade. Normalmente ela trabalha em conjunto com seus animais especiais, os lobos. São 4 lobos, cada um ligado a um elemento e a uma direção. Os olhos dos lobos mostram o elemento e a direção que eles representam. Seus nomes são:
- Tecelã da Aurora (olhos amarelos,elemento Ar, direção Leste),
- Saltadora do Gelo (olhos verdes, elemento Terra, direção Norte),
- Invasor Noturno (olhos azuis, elemento Água, direção Oeste),
- Caçador do Sol (olhos vermelhos, elemento Fogo, direção Sul)
Apesar de ser uma deusa neutra, que não toma partido entre bem ou mal, sendo apenas justa em seus julgamentos, ela foi "demonizada" ao longo dos séculos principalmente pela cultura judaico-cristã, e transformada num ser maligno e horrendo que fica à espreita, aguardando para devorar e torturar as almas perdidas.
PS: Não achei muita informação sobre os lobos, se alguém souber, entre em contato. Obrigada.