segunda-feira, 31 de agosto de 2015

RAINHA DOS SETE SUBMUNDOS

A deusa Ereshkigal era uma deidade da Mesopotâmia, da Babilônia e Assíria. Era chamada de a Rainha do Submundo e reinava sobre os sete infernos dos submundos médio-orientais. Como o aspecto da Anciã da deusa e irmã de Ishtar (Inanna), Ereshkigal regia a magia negra, a vingança, a retribuição, as Luas Minguante e Nova, a morte, a destruição e a regeneração.
Por vezes temos ciência das forças negativas que entram em nossas vidas mas não conseguimos determinar de onde vêm. Um ritual para derrubar o mal é necessário em uma tal situação.
Esse ritual surte melhor efeito durante a Lua Nova. Prepare duas velas pretas ou roxas escuras em seu altar. Prepare também um espelho de uma só face, um bastão, cartas de tarô (ou outro instrumento divinatório) e uma foice em lua (seu athame ou espada também servem), além de uma pequena quantidade de cardo consagrado, alecrim e louro para queimar em um pequeno pote metálico. Se usar carvão para incenso, essas ervas podem ser lentamente atiradas sobre o carvão aceso no momento oportuno do ritual.

Acenda um incenso de banimento. Abra o circulo. Chame pelos quatro ventos ou quatro elementos para que protejam o circulo. Ao terminar, fique em pé perante o altar, voltado para o leste. Erga seus braços em saudação e diga:

"Entre os mundos eu construí este altar sagrado.
Fora do tempo, este ritual leva ao Antigo Caminho.
Onde posso encontrar os deuses poderosos,
A conjurar magia. Venham, eu conclamo."

Apanhe o bastão com sua mão de poder. Erga seus braços esticados sobre o altar e diga:

"O ciclo da Lua se completou mais uma vez.
A Lua oculta sua luz aos não-iniciados.
Aqueles que seguem o Antigo Caminho sabem que seu poder não se foi, nem diminuiu.
A sabedoria da Mãe obscura está lá para todos que realmente a buscam."

Bata no altar três vezes com o bastão:

"Ouça-me, ó Poderosa da Sabedoria.
Minha voz voa através da noite até você.
Mostre-me os novos caminhos que devo trilhar
Para mudar minha vida e renová-la."

Amasse levemente as ervas com seus dedos, erguendo em seguida o pote sobre o altar. Diga:

"Trago uma oferenda, bela e preciosa
A fragrância se elevará no ar
Para alcançar seus domínios.
Abençoe-me, ó Dama da Lua Obscura."

Acrescente uma pequena quantidade de ervas ao incensário. Continue acrescentando pequenas quantidades de ervas durante o restante do ritual.
Apanhe a foice (athame ou espada) com sua mão de poder e o espelho com a outra mão, afastando o lado reflexivo de você. Volte-se para o leste, erga o espelho e a foice. Diga:

"Eu ordeno que todas as forças malignas e desequilibradas provenientes do leste,
Retornem a quem as originou!"

Volte-se  para o sul:

"Eu ordeno que todas as forças malignas e desequilibradas provenientes do sul,
Retornem a quem as originou!"

Volte-se para o oeste:

"Eu ordeno que todas as forças malignas e desequilibradas provenientes do oeste,
Retornem a quem as originou!"

Termine voltando-se para o norte:

"Eu ordeno que todas as forças malignas e desequilibradas provenientes do norte,
Retornem a quem as originou!"

Retorne ao altar e deixe de lado o espelho. Erga a foice dizendo:

"Pelos símbolos da Deusa da Lua, eu peço proteção.
Eu acredito que através de sua sabedoria e de sua habilidade
Eu estarei livre de todas as influencias negativas.
Em nome da Senhora da Lua, eu peço por novas ideias e recomeços
E sabedoria e aconselhamento para neles atuar."

Esta é a hora de, em silencio ou em voz alta, pedir orientação à Deusa da Lua Nova. Explique a ela o que está ocorrendo em sua vida e para onde gostaria de ir.
Apanhe o bastão enquanto fica de pé diante do altar e diga:

"Dentro de seus recantos obscuros
Da Terra e do céu,
Você muda sua forma e seu rosto,
Refletidos na Lua acima.
Cada rosto e cada forma oferecem orientação.
Sei que isso é verdade.
Grande Deusa da Lua Obscura,
Eu a saúdo."

Sente-se, meditando para receber inspiração e esclarecimento. pratique a seguir adivinhação e encantamento para controlar ou remover problemas e influencias. Se realizar qualquer encantamento, antes de iniciar, diga:

"Senhora Escura da Lua Minguante,
Dama dos infernos subterrâneos,
Dê-me a força para suplantar
Todos os que se opõem a meus encantos mágicos.
Dê-me sabedoria e percepção.
Eu lhe agradeço, Senhora da Noite."

Quando tudo estiver finalizado, erga seu bastão sobre o altar e diga:

"Pelo fogo espiritual dos deuses,
Pela magia do céu, da terra e do mar,
Toda a energia deste circulo se concentra
Neste encantamento. Assim será."

Feche o círculo como de costume.

sexta-feira, 28 de agosto de 2015

MAGIA NOS SONHOS

A Magia nos Sonhos é tão antiga quanto a humanidade e sempre desempenha papel importante na Arte Wicca. Os sonhos são vistos como o presságio em que melhor podemos confiar, e, desde os primórdios da humanidade, Bruxos, sacerdotes e sacerdotisas pagãos e xamãs os têm utilizado para adivinhar o futuro. (O termo técnico usado para a arte e a prática da divinação pelos sonhos é oniromancia.)

Existem vários tipos diferentes de sonhos: pesadelos ou imagens torcidas que, muitas vezes, são causadas por pressões do ambiente ou por problemas físicos, sonhos causados por emoções suprimidas, experiências fora do corpo (também conhecidas como projeções astrais) e sonhos proféticos, que são sonhos vívidos relacionados a acontecimentos futuros.

Um número significativo de sonhos é de natureza profética, especialmente aqueles que acontecem três noites seguidas, de acordo com a tradição popular. Os sonhos proféticos, quando corretamente interpretados, podem revelar o futuro, tanto por quadros diretos como por simbolismo. Quando aparecem imagens sagradas ou transcedentais num sonho, chamamos de sonho elevado. Os sonhos telepáticos (também conhecidos como sonhos PES) são experiências nais quais aquele que sonha capta as energias do pensamento de outra pessoa ou espírito. (Sonhos dessa natureza em geral estão ligados a acontecimentos atuais.)

Os sonhos psíquicos contêm mensagens importantes, avisos e outras comunicações. Esse tipo particular de sonho é freqüentemente tão forte e profundo que acorda quem está sonhando. O sonho lúcido é aquele no qual a pessoa que sonha está consciente sabendo que está sonhando. Os sonhos são altamente simbólicos, sendo importante registrá-los num livro ou diário logo ao despertar para não os esquecer mais tarde. (Segundo certas superstições folclóricas, é considerado sorte alguém esquecer o sonho da noite anterior.) Após registrá-los (e também os pesadelos), você poderá estudá-los quanto a padrões e símbolos que se repetem e interpretá-los utilizando um dicionário de sonhos. Existem atualmente no mercado vários dicionários desse tipo, como também livros que os analisam. Encontram-se em quase todas as livrarias. Alguns contêm interpretações de simbologia onírica, outros, superstições e antigas crenças, e alguns a combinação de ambos os enfoques.

Essas ervas são tradicionalmente usadas pelos Bruxos nos travesseiros, para ter sonhos mágicos, ou em poções para induzir visões em sonhos proféticos: língua-de-cobra, agrimônia, anis, cânfora, quelidônia (menor), canela, margarida, azevinho, lúpulo, hera, verbena-limão, raiz de mandrágora, malmequer, visco, artemísia, cebola, hortelã-pimenta, bolsa-de-pastor, rosa, erva-de-são-joão, verbena, absinto, milefólio.




Fonte: 'Wicca - A Feitiçaria Moderna', de Gerina Dunwich

quinta-feira, 27 de agosto de 2015

LEI DE AMRA

 
Esse é um tema batido para quem estuda há algum tempo. Mas, para quem ainda não conhece, vou falar um pouco. A Lei de Amra é a Lei do Dar e Receber. Como a maioria das pessoas conhece, Kharma e Dharma, respectivamente. Toda ação gera uma reação. Isso a própria física já provou. Quando damos um murro na parede, a mão dói. Isso, na física, é a força empreendida que volta para nós. Em nosso cotidiano é exatamente assim que acontece. Toda ação tomada por nós gera uma reação do Cósmico. Assim, se tivermos atitudes positivas, teremos uma reação idêntica, Dharma. Porém, se agirmos negativamente teremos um retorno à altura, Kharma. É daí que vem a expressão: “Não faça com os outros o que não gostaria que fizessem com você”. Eu costumo dizer que o certo seria: O que fizer para os outros acontecerá com você. Ao meu ver, se você for deixar de fazer algo para alguém com medo de que retorne para ti, não é a forma correta de tomar uma decisão. Afinal, você está fazendo isso em benefício próprio. O ideal é que você deixe de agredir outro ser pelo simples fato de respeitá-lo como a si mesmo. Afinal, somos um.


 http://www.oldreligion.com.br

terça-feira, 25 de agosto de 2015

RITUAL - DEUSA DA OPORTUNIDADE

A deusa romana Ops era a deidade das colheitas, prosperidade e fertilidade. Era também honrada durante a Saturnalia (Lua Fria), quando as pessoas trocavam presentes em seu nome no festival chamado Opália.  Bonecas eram também trocadas, representando os recebedores de modo próspero e rico. Para invocá-la costumava-se sentar no chão e tocar a terra com uma das mãos.
Efetue esse ritual durante a Lua Cheia. Acenda incenso de canela ou de cedro. Confeccione um boneco de pano vestido de verde - não precisa ser detalhado, basta que tenha uma aparência humana - deixando uma pequena abertura para inserir o estofamento. Escreva seu nome nele. Forre com camomila, verbena  e/ou cebola albarrã, todas secas. Acrescente às ervas várias gotas de óleo de menta e madressilva. Costure, fechando a abertura.
Enquanto suspende o boneco sobre a fumaça do incenso, diga:

"Deusa da Oportunidade
Traga-me as boas coisas da vida.
Estarei alerta a tudo que enviar.
Deusa, ajude-me como amiga."

Repita três, cinco, sete ou nove vezes. O boneco pode ser deixado em seu altar, ser carregado com você, pendurado em seu espelho no  quarto ou em seu carro. Se achar necessário, pode renová-lo a cada Lua Cheia seguindo este ritual.

sexta-feira, 14 de agosto de 2015

RITUAL - FESTA DO PÃO NOVO

A Festa do Pão Novo original era uma celebração da colheita de grãos, uma ação de graças pelo alimento recebido para os meses de inverno. Se possuir uma horta, essa é uma celebração apropriada. Caso não aprecie o cultivo, ou não tenha espaço para isso, é ainda possível celebrar esse antigo ritual de várias maneiras.
Você pode assar pães ou bisnagas. O simples ato de misturar e amassar e dar forma aumenta sua percepção da contribuição da Mãe Terra à sua vida.
Se  possuir uma horta, prepare uma refeição com os legumes colhidos. Posicione no centro uma bandeja com legumes fatiados e um patê de ervas.
Outro modo de celebrar a Festa do Pão Novo é oferecer seus serviços a grupos que fornecem "sopão" aos sem-teto e a idosos. Se não dispuser de tempo para isso, ao menos faça uma doação em alimentos ou em dinheiro para tais grupos.
Quando comer seu pão, caseiro ou não, nessa refeição especial, acrescente um pouco de sal na primeira mordida. Esse é um antigo costume ainda em prática em muitas partes do mundo. Inicie sua refeição com algumas palavras de agradecimento à Mãe Terra que cuida do crescimento dos grãos e dos legumes.

domingo, 9 de agosto de 2015

RITUAL - CELEBRAÇÃO ÀS DRÍADES

Para confeccionar barquinhos de luz das fadas, utilize metades de cascas de nozes. Se não conseguir obter as nozes, utilize pequenos pedaços de madeira. Quebre uma vela de aniversário (das fininhas) ao meio. Pingue cera quente na casca até poder fixar a pequena vela. Prepare uma grande bacia com água e leve para fora de casa, num local onde possa sentar-se confortavelmente e observar. Acenda cada vela e ponha os barcos das fadas a flutuar na bacia. Toque sinetas para atrair ainda mais as Dríades, elas já estarão curiosas. Entoe:

"Aproximem-se, Pequenas, juntem-se a mim em minha diversão
E seremos amigos tanto à noite como de dia.
Estranhos recantos buscaremos;
Explorando a Terra e o céu em fantasia.
Mostrem-me o poder dos elementos,
Ingredientes da antiga sabedoria
Para fazer encantos, poções e magia.
E serei amigo sincero de vocês."

Sente-se em silencio e tente ouvir estranhos ruídos provenientes das folhas das arvores. Logo sentirá a presença das Dríades. Elas gostam de brincar em seu cabelo. Se tiver alguma planta adoecida, dentro ou fora de casa, peça sua ajuda para curá-la e cuidar dela. Uma vez que os barquinhos estão na água, é possível permitir que as velas se apaguem por si.

sexta-feira, 7 de agosto de 2015

AS DRÍADES

As Dríades são os espíritos da Natureza, ou ninfas das florestas e das arvores. Há diversas espécies de Dríades, cada qual com suas áreas especiais de conhecimento e magia. Algumas atuam apenas em bosques, vales e arvores. Outras podem ser encontradas próximas à água. Outras mais pertencem às montanhas e grutas. Normalmente seus poderes de proteção se estendem às áreas ao redor de seu domínio principal, ou seja, as Dríades da água cuidarão dos bosques ao derredor, enquanto as dos bosques podem fazer o mesmo com relação aos veios d'água das proximidades. Seus parentes próximos, as Napaeae, Auloníades, Hylaeorae e Alsaeides, viviam nos bosques, ravinas, arvoredos e vales; enquanto as Oreades  pertenciam às montanhas e grutas. As Hamadríades protegiam e cuidavam de árvores individuais especificas. Outras parentes das Dríades eram as Náiades dos bosques, as Crenae e Pegae dos regatos e as Limnades das águas paradas.
Os gregos e os romanos diziam que as Dríades podiam conceder o dom da profecia e dos oráculos, curar os enfermos, cuidar das flores e animais silvestres da área e proteger os campos e os rebanhos.
Dríades eram conhecidas em todas as regiões celtas. Os celtas acreditavam que fossem espíritos que habitavam as arvores, em especial os carvalhos. Os druidas as contatavam para obter inspiração. Bolotas de carvalho eram conhecidas como "Ovos de Serpente" pelos druidas, e utilizadas em muitos de seus encantamentos.
Os povos antigos que sabiam da existência das Dríades tomavam cuidado para não as contrariar. Grutas, veios d'água, bosques e florestas em geral eram tratados com respeito, pois eles não desejavam ofender as Dríades que ali habitassem. Ninfas e Dríades eram as companheiras de Fauno e Pã; todas essas deidades das florestas eram capazes de instalar pânico e medo em todos os humanos e animais. Nossa palavra "pânico" vem da habilidade de Pã em incitar o horror.
Além dos modos óbvios de estabelecer um bom relacionamento com as Dríades - cuidando dos bosques e de suas criaturas - é possível conhecer os que vivem nas arvores e moitas de sua propriedade ao estimulá-los com barquinhos de luz das fadas e pequenos sininhos.



quinta-feira, 6 de agosto de 2015

RITUAL - TRABALHANDO COM NÊMESIS

Nêmesis, chamada também de Adrastéia (a inevitável), era a deusa do destino e da fúria divina contra os mortais que desrespeitavam leis morais ou tabus. Nêmesis era uma força ríspida e implacável representando a aceitação daquilo que deve ser. Por vezes ela pode interceder junto à deidade do destino Átropos, para permitir uma vida mais longa.
Nós geralmente temos alguém em nossas vidas que representa um verdadeiro desafio para nós.  O problema, no entanto, pode cair nas mãos de Nêmesis para que seja sanado. Ela pode solucionar ou remover problemas interpessoais, desde que não sejamos nós mesmos as suas causas. Se estivermos contribuindo para o desequilíbrio, ela se afastará e fará com que nós o solucionemos. Por tanto, antes de chamar por Nêmesis, certifique-se de que você realmente aceita sua parcela de responsabilidade.

Use uma vela preta para Nêmesis, untando-a da base ao pavio com óleo de patchuli ou laranja, Isso ajudará a criar um equilíbrio ou a trazer sua vida de volta ao equilíbrio. Coloque uma maçã fatiada num pires perto da vela. Acenda a vela e sente-se frente a ela. Explique tudo sobre seu problema interpessoal à deusa, com suas próprias palavras. Diga a seguir:

"A mão de Nêmesis equilibra a balança da justiça.
Ela desembaraça os fios tramados pelo Destino.
Livre-me do peso deste problema, Grande Nêmesis.
Guie-me para a solução.
Se a harmonia é impossível, faça com que nos separemos.
Desembarace o fio de minha vida, Nêmesis.
É o que lhe peço com toda sinceridade."

Permaneça sentado em silencio e ouça sua mente. Meditar agora pode acalmá-lo e trazer possíveis soluções. Pode até ser que receba mensagens para tomar decisões e levá-las a cabo. Ouça, mas contemple tudo com lógica. Algumas soluções podem ser excessivamente drásticas e dolorosas para que sejam implementadas. Nesse caso, peça uma solução alternativa para o problema.

terça-feira, 4 de agosto de 2015

RITUAL - CHAMANDO CHUVA

O deus nórdico Thor, conhecido como o deus do Trovão, era considerado um campeão dos deuses e inimigo dos Gigantes e Ogros. Era muito popular entre o povo como seu protetor e amigo; representações de seu martelo mágico, Mjollnir, são usadas até hoje. Ele conduzia uma carruagem puxada por dois bodes gigantes. Sua esposa Sif, com seu cabelo dourado, era uma deusa dos grãos e das colheitas. Apesar de sua fama de ser um tanto impulsivo nos seus julgamentos, Thor era sempre amigo e companheiro de batalha confiável. Era sempre representado com seus cabelos e barbas ruivos esvoaçantes e em trajes de batalha.
Thor regia a força, a lei e a ordem, a defesa, carvalhos, bodes, o trovão, relâmpagos, tempestades, o clima, colheitas, viagens mercantes, água, coragem, confiança, vingança, proteção e batalha. Segundo a lenda, ele atacava as nuvens para que liberassem a chuva necessária para as plantações.

Se possuir um pingente do martelo de Thor, utilize-o neste ritual. Tenha uma espada ou lança à mão; caso não possua nenhuma destas, utilize sua adaga ritual. Se executar este ritual dentro de casa, abra um bom espaço. Se preferir, faça-o fora. No entanto, não saia de casa carregando um objeto metálico durante uma tempestade. Metais atraem os raios! Leve consigo um balde ou jarra de água.
Determine o centro de sua área de trabalho. Volte-se para o leste com sua espada em uma das mãos e a jarra de água na outra. Aponte em direção ao céu com sua espada. É necessário liberar muita emoção neste ritual.

"Thor do Poderoso Martelo, envie os ventos úmidos sobre estas terras. (derrame um pouco de água). Libere suas águas suavemente."

Volte-se para o sul e aponte a espada.

"Thor da Carruagem de batalha, detenha o fogo celestial. (derrame um pouco de água). Afaste o relâmpago da Terra seca."

Volte-se para o oeste e aponte a espada.

"Thor, cuja barba é vermelha como o poente.
Desperte os Elementais da água (derrame um pouco de água).
Conduza-os de sua carruagem puxada por bodes."

Por fim, volte-se para o norte e aponte sua espada.

"Poderoso Thor, amigo de todos os humanos,
Atinja as nuvens de tempestade com seu martelo. (derrame um pouco de água) Que seu trovão ribombante abra as nuvens plenas de água."

Permaneça em pé novamente no centro de sua área de trabalho. Deixe a espada de lado e comece a girar lentamente no sentido horário. Simultaneamente, atire ao ar punhados de água que restou na jarra. Derrame as ultimas gotas no solo. Afaste a jarra e pule ou dance ao redor da área, cantando:

"Thor e a chuva retornam novamente."

Imagine-se  dançando na chuva. Quando sentir-se prazerosamente cansado, agradeça a Thor e aos Elementais da água por terem lhe atendido.


segunda-feira, 3 de agosto de 2015

RITUAL - ISHTAR DAS BATALHAS

REALIZAR NA LUA NOVA

Apesar de Ishtar ser conhecida no Oriente Médio como a deusa do amor, ela era também conhecida por sua ferocidade nas batalhas e na proteção de seus seguidores. Quando neste aspecto, Ishtar conduzia uma carruagem puxada por sete leões, ou sentava-se num trono ornado com leões, portando um cetro de serpente duplo e ladeada por dragões. Ela era chamada de a Possessora das Tábuas com os Registros da Vida, a Guardiã da Lei e da Ordem, a Dama das Batalhas e da Vitória. Seus símbolos eram a estrela de oito pontas, o pentagrama, o pombo e as serpentes. Era a deusa dos lados positivo e negativo de tudo o que regia, e uma patrona das sacerdotisas. Por vezes podia ser rígida, cruel e temperamental. Seus poderes se estendiam a muitas áreas, incluindo a superação de obstáculos.
 
Esse ritual de banimento e libertação pode ser efetuado para uma pessoa ou problema especifico que esteja lhe atrapalhando. É também indicado quando precisar encerrar um relacionamento.
Serão necessários um incenso de banimento, um pequeno pedaço de papel, lápis, óleo de patchuli ou cânfora, uma adaga ou espada, uma vasilha com pequenas quantidades de louro e olíbano em pó e um caldeirão metálico.
Acenda o incenso. Escreva o nome do problema ou da pessoa no papel e deposite-o no altar ao lado do óleo de patchuli ou cânfora. Numa pequena vasilha deverão estar o louro e o olíbano.
Erga sua adaga ou espada à sua frente, apoiando a ponta no caldeirão. Bata seu pé contra o chão e diga:
 
"Ouça-me, ó poderosa Ishtar.
Este é um período de libertação, de livrar-se de algo.
Eu corto todos os laços com (nome da pessoa ou problema)
Envie seus grandes poderes para que isso (nome da pessoa ou problema) saia de minha vida."
 
Permaneça segurando a adaga ou espada à sua frente enquanto mentalmente visualiza a pessoa ou o problema afastando-se rapidamente da ponta da adaga ou espada. Veja-o despencando dentro do caldeirão até desaparecer. Tente vê-lo desaparecendo por completo. Não especifique o modo como deseja que isso ocorra, deseje apenas que o problema ou pessoa não mais lhe cause transtornos.
Apanhe o papel e espete-o na ponta da lamina, dizendo:
 
"Todos os laços estão cortados.
Nada mais nos une.
Você está sendo carregado pelos ventos da Senhora das Batalhas."
 
Remova o papel da lamina. Ponha uma gota de óleo de patchuli ou cânfora nos quatro cantos e no centro. Queime dentro do caldeirão. Diga:
 
"Rainha dos Céus, Deusa da Lua,
Lance seus poderosos raios sobre meus inimigos
Que eles se curvem em derrota.
Defenda-me, Senhora das Batalhas e da Vitória!" 

Polvilhe um pouco de louro e olíbano sobre o papel enquanto este queima; se este já estiver se consumido, faça um pequeno montinho e acenda-o. Diga:

"A renovação vem do caldeirão do Submundo.
Assim como Ishtar ascendeu vitoriosa de sua jornada,
Eu me renovo através de seu amor e sabedoria."

Livre-se do papel, do louro e olíbano queimados usando a descarga de seu banheiro, uma simbologia adequada para livrar-se de problemas.

domingo, 2 de agosto de 2015

HÉCATE DA LUA NOVA

Descendente dos Titãs, Hécate não tem um mito próprio e foi uma das divindades mais ignoradas da mitologia grega, mencionada apenas em outros mitos, tal como o mito de Perséfone e Deméter. Hécate é deusa dos caminhos e seu poder de olhar para três direções ao mesmo tempo sugere que algo no passado pode interferir no presente e prejudicar planos futuros.

A deusa grega nos lembra da importância da mudança, ajudando-nos a libertar do passado, especialmente do que atrapalha nosso crescimento e evolução, para aceitar as mudanças e transições. Às vezes ela nos pede para deixar o que é familiar e seguro para viajarmos para os lugares assustadores da alma.
Novos começos, seja espiritual ou mundano, nem sempre são fáceis mas Hécate está lá para apoiar e mostrar o caminho.

Ela empresta sua clarividência para vermos o que está profundamente esquecido ou até mesmo escondido de nós mesmos, ajudando a encontrarmos e escolhermos um caminho na vida. Com suas tochas, ela nos guia e pode nos levar a ver as coisas de forma diferente, inclusive vermos a nós mesmos, ajudando-nos a encontrar uma maior compreensão de nós mesmos e dos outros.

Hécate nos ensina a sermos justos e tolerantes com aqueles que são diferentes e com aqueles que tem menos sorte, mas ela não é demasiadamente vulnerável, pois Hecate dispensa justiça cega e de forma igual. Apesar de seu nome significar "a distante", Hécate está presente nos momentos de necessidade. Quando liberamos o passado e o que nos é familiar, Hécate nos ajuda a encontrar um novo caminho através de novos começos, apesar da confusão das ideias, da flutuação dos nossos humores e às incertezas quando enfrentamos as inevitáveis mudanças de vida.

A poderosa deusa possuía todos aspectos e qualidades femininos, tendo sob seu controle as forças secretas da natureza. Considerada a patrona das sacerdotisas, deusa das feiticeiras e senhora das encruzilhadas, Hécate transita pelos três reinos, a todos conhece mas nenhum domina. Os três reinos são posses de figuras masculinas, mas ela está além da posse ou do ego, ela é a sábia, a anciã. A senhora do visível e do invisível, aguarda na encruzilhada e observa: o passado, o presente e o futuro. Ela não se precipita, aguarda o tempo que for preciso até uma direção ser tomada. Ela não escolhe a direção, nós escolhemos. Ela oferece apenas a sua sabedoria e profunda visão, acima das ilusões.

Os gregos sempre viam Hécate como uma jovem donzela. Acompanhada freqüentemente em suas viagens por uma coruja, símbolo da sabedoria, a ela se atribuía a invenção da magia e da feitiçaria, tendo sido incorporada à família das deusas feiticeiras. Dizia-se que Medéia seria a sacerdotisa de Hécate. Ela praticava a bruxaria para manipular com destreza ervas mágicas, venenos e ainda para poder deter o curso dos rios e comprovar as trajetórias da lua e das estrelas.

Como deusa dos encantamentos, acreditava-se que Hécate vagava à noite pela Terra, sempre acompanhada por seu espíritos e fantasmas. Suas lendas contam que ela passava pela Terra ao pôr do Sol, para recolher os mortos daquele dia. Como feiticeira, não podia ser vista e sua presença era anunciada apenas pelos latidos dos cães. Na verdade, as imagens horrendas e chocantes são projeções dos medos inconscientes masculinos perante os poderes da deusa, protetora da independência feminina, defensora contra a violência e opressão das mulheres, regente dos seus rituais de proteção, transformação e afirmação.

Em função dessas memórias de repressão e dos medos impregnados no inconsciente coletivo, o contato com a deusa escura pode ser atemorizador por acessar a programação negativa que associa escuridão com mal, perigo, morte. Para resgatar as qualidades regeneradoras, fortalecedoras e curadoras de Hécate precisamos reconhecer que as imagens distorcidas não são reais nem verdadeiras. Elas foram incutidas pela proibição de mergulhar no nosso inconsciente, descobrir e usar nosso verdadeiro poder.

Para receber seus dons visionários, criativos ou proféticos, precisamos mergulhar nas profundezas do nosso mundo interior, encarar o reflexo da deusa escura dentro de nós, honrando seu poder e lhe entregando a guarda do nosso inconsciente. Ao reconhecermos e integrarmos sua presença em nós, ela irá nos guiar. Porém, devemos sacrificar ou deixar morrer o velho, encarar e superar medos e limitações. Somente assim poderemos flutuar sobre as escuras e revoltas águas dos nossos conflitos e lembranças dolorosas e emergir para o novo.

A conexão com Hécate representa um valioso meio para acessar a intuição e o conhecimento, aceitar a passagem inexorável do tempo e transmutar nossos medos perante o envelhecimento e a morte. Hécate nos ensina que o caminho que leva à visão sagrada e que inspira a renovação passa pela escuridão, o desapego e transmutação. Ela detém a chave que abre a porta dos mistérios e do lado oculto da psique. Sua tocha ilumina tanto as riquezas, quanto os terrores do inconsciente, que precisam ser reconhecidos e transmutados. Ela nos conduz pela escuridão e nos revela o caminho da renovação.

As Moiras teciam, mediam e cortavam o fio da vida dos mortais, mas Hécate podia intervir nos fios do destino. Muitas vezes foi representada com uma foice ou punhal para cortar as ligações com o mundo dos vivos. O cipreste está associado à imortalidade, intemporalidade e eterna juventude. Sendo a morte encarada como passagem transformadora e não o fim assustador e definitivo, essa significação tem origem na própria terra que dá vida, dá a morte e transforma os frutos em novas sementes que irão renascer. 


Fonte: http://eventosmitologiagrega.blogspot.com.br/2011/10/hecate-deusa-dos-caminhos.html