sexta-feira, 16 de novembro de 2012

6 DE NOVEMBRO

Dia de Tiamat, a Grande Mãe da Babilônia, personificação de Tohu Bohu, o "Grande Vazio".
Conta a lenda que foi do corpo de Tiamat que o universo foi criado. O mito original afirma que essa criação foi feita apenas pela Grande Mãe. Modificações posteriores incluem a participação de seu filho, Marduk, que teria matado a mãe e dividido seu corpo em duas matades: da superior criou o céu e da inferior, a Terra. Em outros mitos, Tiamat tem um consorte, Apsu, o deus do céu, cuja função era fertilizar o Grande Vazio da Mãe com seu liquido seminal, representado pela chuva. Ele, no entanto, não era seu superior, nem mesmo seu igual, pois Tiamat era a verdadeira fonte de criação. Vários mitos descrevem o processo de criação como um fluxo continuo de energias originadas do sangue menstrual de Tiamat, armazenado no Mar Vermelho ou Tihamat, em árabe. Foi essa a razão pela qual, mesmo após a interpretação patriarcal do mito, na qual foi acrescentada a figura de Marduk - que teria matado Tiamat, o dragão do caos e criado o mundo com seu sangue -, foi mantido na Babilônia, durante muito tempo, o calendário menstrual, celebrando os Sabbats e nomeando os meses do ano de acordo com as fases da Lua.

Na Índia, celebração das deusas Makaris, representadas por animais anfíbios, provavelmente crocodilos ou peixes gigantes, com patas de antílope e cabeças de corças. Elas eram consideradas deusas criadoras e chamadas de "peixes ígneos da vida".

5 DE NOVEMBRO

Comemoração nativa norte-americana de Sussistinako, "A Mulher Aranha", a criadora da vida, mãe e guardiã das tribos e da vida familiar. Ela criou o fogo, os raios, a chuva, o arco-iris, teceu os fios da criação e gerou todos os seres.
Sussistinako também tem seus aspecto escuro: ela é a "Bruxa", a mãe devoradora, representada como uma enorme aranha preta que destrói para poder renovar-se.

Na Melanésia, acreditava-se que, antes de a alma fazer sua passagem para o mundo dos mortos, ela deveria enfrentar Le Hev Hev, a deusa representada por uma aranha ou um caranguejo gigante. Se a alma não passasse pelos testes da deusa, era devorada por Le Hev Hev, nome que significa "aquela que nos atrai com um sorriso para nos jantar".

Wuwuchim, cerimonia do fogo dos índios Hopi celebrando Masaw, o deus da morte. No decorrer dos dezesseis dias dessas celebrações, os rapazes eram submetidos a rituais de iniciação, sendo depois apresentados à comunidade dos adultos.

Na Inglaterra, anualmente, os rapazes de Shebbear se reúnem neste dia para virar uma enorme rocha vermelha chamada "a pedra do diabo". Esse habito secular visa conjurar poderes mágicos e trazer paz e prosperidade a todos. É uma reminiscencia dos antigos rituais de fertilidade e reverencia às pedras sagradas e aos poderes ocultos da Terra.

domingo, 4 de novembro de 2012

4 DE NOVEMBRO

Nos países celtas, dia de retornar às atividades e começar novos projetos após as celebrações de Samhain.

Na Inglaterra, na noite deste dia, celebrava-se o Senhor da Morte, o deus da face escura cujo reinado começava após o Sabbat Samhain, juntamente com o da Anciã, a manifestação da face escura da deusa. Ele governava a metade escura do ano (outono e inverno) e a caça e a morte da vegetação, dos animais e dos homens. Seu simbolo era o azevinho. Reminiscencias dessa celebração ainda permaneceram na Bélgica, como a Missa de São Humberto, em que se encena o combate entre um padre e um cervo, ou seja, a perseguição de Cernunnos, o deus cornífero, pela nova religião.

Nos países eslavos, homenageavam-se as deusas da morte. De acordo com o país de origem, elas eram conhecidas com vários nomes. Na Servia, Chuma surgia coberta por um véu branco, indo de casa em casa para conversar com aqueles cuja morte era próxima. Mora era uma mulher alta, magra e pálida; caso a morte fosse causada por doenças incuráveis, ela se apresentava com a pele negra, olhos de cobra e patas de cavalo. Smert era reverenciada, na antiga Rússia, com cânticos e rituais de exorcismo.

Comemoração celta das deusas Thea e Tephi, fundadoras de Tara, o antigo centro religioso e politico da Irlanda.

Festival grego de Oschophoria, celebrando a colheita das uvas com procissões, corais, banquetes e corridas de jovens do templo de Dioniso até o santuário de Athena.

3 DE NOVEMBRO

"Hilaria", o último dia das celebrações de Isia com o renascimento de Osíris pelo leite de Ísis, festejando a continuidade da vida.

O ciclo outonal das celebrações egípcias para Ísis e Osíris era chamado de "Zetesis e Heuresis", ou seja, "a procura e a descoberta". Considerando o equivalente egípcio das celebrações gregas para Deméter e Perséfone, os Mistérios Eleusínios, esse festival continuou existindo durante o Império Romano e teve uma influencia muito grande na estruturação inicial do cristianismo.

Peregrinação para as fontes sagradas na antiga Grã- Bretanha, reverenciando  as deusas da água Beag, Boann, Borvonia, Brighid, Coventina, Sequana, Sulis e Triduana. Na Idade Media, os peregrinos que buscavam a cura bebiam e se banhavam na famosa fonte de Santa Winefrida, em Wales, uma antiga fonte sagrada da deusa Brighid.

Na tradição gaélica, acreditava-se que neste dia começava um novo ciclo para a iniciação da alma, sendo finalizado no Sabbat de Imbolc, no dia 1º de fevereiro. É um dia propicio para dar inicio a um novo projeto ou empreendimento

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

2 DE NOVEMBRO

Festival de Odin, celebrado como o senhor das almas e do mundo astral. Neste dia, eram encenados os mistérios da vida, morte e renascimento com mimicas, cantos e oferendas para as almas dos mortos
Odin ou Wotan, em seu aspecto de senhor da guerra e da morte, escolhia as almas dos guerreiros, sendo auxiliado, nessa tarefa, pelas Valquírias, as deusas guerreiras. Esses guerreiros, os mais valentes que morriam em combate, eram selecionados para lutar na batalha final de Ragnarok, o apocalipse. Cavalgando Sleipnir, seu cavalo de oito patas, Odin voava pelos céus noturnos, cercado de corvos, buscando, durante a "Caça Selvagem", as almas perdidas para encaminha-las a uma nova encarnação.

Sexto dia de Isia, celebrando a ressurreição de Osíris do mundo dos mortos. As pessoas festejavam com danças, musicas, alegorias mimicas e oferendas. Novas estatuas eram oferecidas a Osíris e o Tet, uma coluna representando o "phallus" de Osíris, era erguido para simbolizar sua força geradora e regeneradora.

Dia das Almas, no calendário cristão, comemorando-se, no México, o segundo dia dos mortos.

Ao contrario da atmosfera fúnebre e triste das comemorações cristãs, no México ainda prevalece a antiga concepção sobre a morte, como uma etapa natural e normal do processo da vida. Em vez de chorar e lamentar a "passagem" dos entres queridos, o povo mexicano celebra a morte de forma alegre, divertida e colorida. Há toda uma industria de doces, brinquedos, enfeites, lampiões e decorações em forma de esqueletos e caveiras. As crianças comem e brincam com as caveiras, sem terem medo, como as crianças de outros países. As famílias, vestidas com roupas coloridas,fazem piqueniques nos túmulos enfeitados com flores de papel e iluminados com velas, compartilhando com os falecidos o "pan de muerto", as "enchilladas", os "tacos" e os doces em forma de caveiras.

Na Inglaterra, o Dia das Almas é festejado com oferendas de "bolos das almas", colocados nos túmulos ou distribuidos para os pobres.

Pomonia, festa do final da colheita dedicada à deusa romana Pomona, protetora das árvores frutíferas e personificação do outono.    

1º DE NOVEMBRO

Celebração, no Egito, do quinto dia de Isia, o encontro do corpo de Osíris por Ísis e Nephtys.
Procissões de barcos levavam as replicas de Osíris morto para seus templos. As pessoas choravam e lamentavam sua perda. A dor de Ísis causava a seca do rio Nilo.

No calendário cristão, celebra-se o Dia de Todos os Santos, criado no seculo II para assimilar as antigas celebrações celtas de Samhain. As fogueiras foram trocadas por velas e as antigas divindades foram substituídas por todos os santos.

Na Bretanha, neste dia, ofereciam-se bolos, vinho e leite nos túmulos dos entes queridos. A família permanecia em vigília a noite toda à luz de tochas, que iluminavam o caminho das almas que retornavam para comemorar junto com os parentes vivos.

Nos países eslavos e nórdicos, havia verdadeiros banquetes nos cemitérios confraternizando os mortos e os vivos.

Na Escandinavia, faziam-se rituais e oferendas invocando as deusas Hel, a Senhora do Mundo das Almas e Tuonetar, a Rainha dos Mortos, para que elas cuidassem e orientassem as almas durante sua passagem e espera por uma nova reencarnação.

Na Inglaterra, as pessoas oravam enquanto comiam os bolos de oferenda ainda quentes. Depois, saiam às ruas coletando dinheiro para preparar as celebrações comunitárias. Esse habito degenerou nos atuais costumes de Halloween, nas Estados Unidos, com as brincadeiras de "trick or treat", com as crianças indo de casa em casa pedindo doces, frutas e moedas. Esse costume lembra as antigas crenças de oferecer "subornos" aos espíritos zombeteiros e aos seres elementais para que eles não perturbassem as celebrações.

Na Irlanda, comemoravam-se as Banshees, espíritos ancestrais femininos que choravam anunciando que alguém em suas antigas famílias havia morrido. As pessoas temiam que essas Fadas Escuras pudessem raptar ou prejudicar os mortais. Para repeli-las, usavam objetos de ferro. Para conquistar sua boa vontade, faziam-se rituais, acendendo fogueiras e fazendo oferendas. As chaminés das casas eram limpas e o fogo era mantido aceso o tempo todo, aquecendo e iluminando os espíritos familiares que vinham visitar suas antigas moradias. As pessoas jogavam nozes, avelãs e maçãs nas fogueiras buscando presságios e fazendo adivinhações para o próximo ano.

O uso das frutas nos rituais celtas é reminiscencia do antigo festival romano de Pomona, que celebrava a colheita dos últimos frutos e sua armazenagem para os dias frios de inverno.

No Pais de Gales, as pessoas, ainda hoje, encenam a perseguição da porca preta. A porca representa o frio, a escuridão e a morte e sua perseguição lembra os antigos sacrifícios de animais realizados nesse dia.

No México, altares são preparados em cada casa e são decorados com flores, principalmente calêndulas. Neles, são colocadas as comidas e bebidas preferidas dos falecidos ou reproduções, em açúcar, dos pratos tradicionais. Para os "angelitos", as almas das crianças, as comidas não levam tempero, havendo muitos doces e frutas nos altares.

Dia consagrado a todas as deusa "escuras" como Cailleach, Cerridwen, Ereshkigal, Hecate, Hel, Kali, Morrigan, Nephtys, Oya, Samia, Scota, Sedna e Tara.

Dia considerado extremamente nefasto para casamentos, atraindo azar, divorcio ou viuvez.

NOVEMBRO

Apesar de ser o décimo primeiro mês do atual calendário, Novembro ainda guarda seu antigo nome - Novem, significando nove - em referencia à sua posição no calendário romano original.

Na tradição celta, o Sabbat Samhain, no primeiro dia deste mês, marcava o inicio de um novo ano, cujo nome celta era La Shamhna. O nome anglo-saxão era Blotmonath e o nórdico, Herbistmonath e Fogmoon. Os povos antigos chamavam o mês de Lua Escura, Lua da Névoa, Lua da Neve, Lua do Castor, Lua das Tempestades, Lua quando os Alces trocam os Chifres, Lua do Velório e Mês do Sacrifício.

No calendário sagrado druídico, Beth é a letra Ogham e o álamo, a árvore sagrada. O lema do mês é "purifique-se e prepare-se para novos desafios e mudanças pessoais em sua vida".

A pedra sagrada deste mês é o topázio e as divindades regentes são Bast, Cailleach, Ferônia, Gaia, Hecate, Holda, Ísis, Kali, Mawu, Nicnevin, Odin, Osíris, Skadi e Tiamat.

Independente do nome, este mês representava uma transição entre o velho e o novo, o tempo de términos e novos começos. A escuridão aumenta, a vida está em declínio e os véus entre os mundos se tornam mais tênues, permitindo a passagem e as comunicações "do além".

Inúmeras culturas antigas reverenciavam os espíritos dos ancestrais e as almas durante este mês. As celebrações celtas de Samhain proporcionavam o contato com os espíritos dos falecidos e eram dedicadas a Cailleach, a anciã Senhora da Morte.

No Egito, as celebrações de Isia lembravam a ressurreição do deus Osíris com encenações ritualisticas do combate entre a forças do bem e do mal e cerimonias de plantio após o recuo do rio Nilo.

Ao contrario da atmosfera de tristeza e luto das comemorações cristãs dos mortos, até hoje, no México, o "Dia de Las Muertes" é comemorado de forma alegre e divertida. Os túmulos são enfeitados com flores coloridas de papel, as famílias se reúnem para piqueniques no cemitério e comemoram com as comidas e bebidas preferidas dos mortos. As crianças se divertem com doces e brinquedos em forma de esqueletos e caveiras.

Na Grécia, no dia dezesseis, havia uma celebração muito importante para Hecate, a deusa da lua minguante, da noite, das encruzilhadas e do mundo dos mortos. Para reverenciar a deusa e pedir sua proteção, eram deixadas nas encruzilhadas as "Ceias de Hecate".

Nos países nórdicos, a deusa Hel, Holda ou Bertha era comemorada como a condutora das almas durante "A Caçada Selvagem".  Na Escócia, acreditava-se que a deusa Nicnevin também "cavalgava" durante a festa de Samhain, junto com seus adeptos, atravessando o céu noturno. 

No Japão, homenageava-se Kami, a deusa do fogão e das mulheres que preparavam a comida. No Tibet, havia o Festival das Lanternas e os Incas tinham seu festival dos mortos, que era chamado de Aymarca.

Com o fim do ano se aproximando, reserve este mês para completar ou finalizar seus projetos e compromissos. Descarte tudo aquilo que não lhe serve mais, livre-se dos "pesos mortos" para abrir novos espaços e reflita sobre os ciclos da vida e da natureza. Reverencie os espíritos de seus ancestrais e familiares, aceite a partida deles sem tristeza e ore por sua evolução espiritual.