quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

JANEIRO

O primeiro mês do atual calendário gregoriano, foi nomeado em homenagem ao casal divino Janus e Jana, ou Dianus e Diana, antigas divindades pré-latinas, tutelares dos princípios, das portas e entradas e dos começos de qualquer ação ou empreendimento. Governando o Sol e a Lua, Janus e Jana eram os primeiros invocados nas cerimônias, nos rituais e nas bençãos de qualquer atividade. Com a chegada dos latinos, eles foram substituídos pelo casal divino de sua própria tradição, Júpiter e Juno. Ainda assim, o culto a Janus permaneceu, sendo sua benção necessária para qualquer empreendimento autorizado por Júpiter.

Janus era considerado o deus do Sol e do dia, o guardião do Arco Celeste e de todas as portas e entradas, inventor das leis civis, das cerimônias religiosas e da cunhagem das moedas, que representavam-no como um deus com dois rostos, um virado para o passado e outro para o futuro. Os atributos de Jana foram assumidos por uma das manifestações da deusa Juno, representada como uma deusa dupla, Antevorta (que olhava para trás e lembrava o passado) e Pestvorta (que olhava para frente e detinha o poder da profecia).

Janeiro contém, em si, a semente de todos os potenciais do novo ano, mas também guarda os elementos, as lições e os resíduos do ano que o precedeu. Por isso, é um período adequado para nos livrarmos do velho e do ultrapassado em nossas vidas e ocupações diárias, preparando planos e projetos para novas conquistas, mudanças e realizações.

De acordo com a tradição e a cultura de cada povo, este mês é conhecido sob vários outros nomes. No calendário sagrado druídico, que usa letras do alfabeto Ogham e árvores correspondentes, é o mês do álamo, da letra Fearn e seu lema é "fazer escolhas, buscando proteção e orientação espiritual". A pedra sagrada é a granada e as deusas regentes são as Nornes, Jana, Inanna, Anunit, Frigga, Sarasvati, Kore, Pele, Morrigan, Carmenta e Pax.

Já na tradição dos povos nativos, são várias as denominações, como Lua do Lobo, Lua da Neve, Lua Fria, Lua Casta e Mês da Quietude.

Os países nórdicos e celtas celebravam neste mês as Nornes - as três Deusas do Destino -, a deusa tríplice Morrigan - senhora da vida, da morte e da guerra - e Frigga - a deusa padroeira do amor e dos casamentos.

Na Índia, comemorava-se Sarasvati, a deusa dos rios, das artes e dos escritos, com os festivais Besant Pachami e Makara Sankranti.

Na antiga Suméria, celebrava-se a deusa do amor e da fertilidade Inanna e a deusa lunar Anunit.

Sekhmet, a deusa solar com cara de leoa e Hathor, a deusa lunar adornada com chifres de vaca, eram celebradas no Egito. A Grande Mãe era honrada em suas representações como a eslava anciã Baba Yaga e a criadora africana Mawu.

Várias comemorações gregas e romanas homenageavam as deusas Kore, Justitia, Carmenta, Athena, Pax, Ceres, Cibele e Gaia.

No Oriente, reverenciavam-se os ancestrais, as divindades da boa sorte, do lar e da riqueza, invocando suas bençãos para o Ano Novo e realizando vários rituais para afugentar as energias maléficas e os azares.

Apesar das diferenças geográficas, climáticas, mitológicas e sociais, todas as antigas culturas tinham cerimônias específicas para fechar um velho ciclo e celebrar o inicio de outro. Mesmo que nossa cultura e realidade sejam completamente diferentes e estejam distanciadas no tempo e no espaço, nossa memória ancestral guarda os registros dessas celebrações de nossos antepassados e de nossas próprias vidas passadas. Por isso, podemos usar essas informações e lembranças dos antigos rituais e costumes para imprimir e promover mudanças no nosso subconsciente, materializando-as depois no nosso mundo real.

Podemos usar, de uma outra forma mais moderna e pessoal, a antiga sabedoria ancestral, dedicando o mês de Janeiro à "renovação da terra" de nossa realidade material, recolhendo-nos e contemplando a colheita no ano que passou, preparando as sementes para os novos planos e projetos.        

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