Decem era o décimo mês do antigo calendário romano. Seu nome também surgiu como uma homenagem à deusa Décima, uma das Parcas - As Senhoras do Destino -, a regente do presente e tecelã do fio da vida, equivalente à deusa grega Clotho.
O nome anglo-saxão do mês era Aerra Geola, o irlandês, Mi Na Nollag e o nórdico, Wintermonath ou Heilagmonath. No calendário druídico, a letra Ogham é Luís e a árvore, a sorveira. O lema do mês é "assuma o controle de sua vida e não se deixe guiar pelos outros".
Os povos nativos denominaram este mês de Lua Fria, Lua do Lobo, Lua das Longas Noites, Lua do Uivo dos Lobos, Lua do Carvalho, Lua do Inverno, Lua das Arvores que Estalam e Mês Sagrado.
A mais importante celebração deste mês é o Solstício de Inverno no hemisfério norte, festejado pelos povos celtas como o Sabbat Yule ou Alban Arthuan. Em várias tradições e lugares no mundo antigo, o Solstício era lembrado juntamente com os mitos das deusas virgens dando à luz seus divinos filhos solares, como Osíris, Boal, Attis, Adônis, Hélio, Apolo, Dioniso, Mitras, Baudur, Frey e Jesus. Na tradição romana, esta data chamava-se Dies Natalies Soles Invictus ou Dia do Nascimento do Sol Invicto e todos os deuses solares receberam títulos semelhantes, como a Luz do Mundo, o Sol da Justiça, o Salvador. As celebrações atuais do Natal são um amálgama de várias tradições religiosas, antigas e modernas, pagãs, judaicas, zoroastrianas, mitraicas e cristãs.
Na antiga Babilônia, existiam doze dias entre o solstício e o Ano Novo. Era um tempo de dualidades, oscilando entre o caos e a ordem. Os romanos concretizaram essa ambigüidade no famoso festival Saturnália, as festas dedicadas ao deus do tempo Saturno e à sua consorte, a deusa da fertilidade Ops. Durante oito dias, as regras sociais eram revertidas, patrões e escravos trocavam de funções e roupagens, ninguém trabalhava, todos festejavam. O último dia do festival chamava-se Juvenália, dedicado às crianças que recebiam agrados, presentes e talismãs de boa sorte.
Nos países do Oriente Médio, a Deusa Mãe, senhora do céu e das estrelas - conhecida como Astarte, Athar Samayin ou Ashtoreth -, era celebrada, desde os tempos neolíticos, nesta época do ano.
Nos países anglo-saxões, essas celebrações permaneceram, como o Modresnacht, "A Noite da Mãe", cujos costumes ainda sobrevivem nos festejos natalinos atuais em simbolismos como a árvore de Natal, decorada como a Árvore do Mundo, a estrela em seu topo representando a Deusa Estelar, a ceia farta e os presentes sob a árvore lembrando as oferendas e os agradecimentos dos homens à Grande Mãe.
Na Escócia, a véspera do Ano Novo é chamada Hogmanay, sendo celebrada com comidas típicas e procissões de homens vestindo peles e chifres de animais, reminiscências da tradição xamânica, assim como as renas, o duende e o próprio xamã metamorfoseado em Papai Noel.
Nos países eslavos, o Festival Koleda ou Kutuja começava no solstício e durava dez dias, celebrando o renascimento de Lada, a deusa do amor, da fertilidade e da juventude.
Na Europa, a deusa solar Lucina era comemorada com procissões de moças vestidas de branco e coroadas com velas acesas. A antiga deusa maia Ix Chel era homenageada, no México, com procissões e rituais para abençoar os campos e as embarcações.
Os incas celebravam Capac Raymi, o festival magnifico e Huara Chico, os ritos de iniciação dos meninos. Na Polinésia, no solstício de verão, celebrava-se Parara'a Matahiti, o Festival das Primeiras Frutas.
Neste mês, os judeus celebram, até hoje, o Festival das Luzes, chamado Hannukah, no qual se acende diariamente uma nova vela branca em um castiçal de nove braços. Comemora-se o antigo milagre da reconquista do Templo de Jerusalém, há dois mil anos.
As pedras sagradas do mês são a turquesa e o zircônio. As divindades regentes são todos os deuses e deusas solares, além das deusas Ix Chel, Astrea, Ops, Astarte, Freyja, Sekhmet, as Nornes, Yemanjá e Arianrhod.
Dezembro representa o fechamento de um ciclo, um período para refletir sobre o ano que passou. Na avaliação daquilo que passou e na expectativa de um novo ano, repete-se o momento mítico da passagem do caos para a ordem. A Roda do Ano pára, entra-se em um novo limiar, no limite entre os tempos e os mundos, quando torna-se possível refazer o mundo.
Reveja, portanto, todos os aspectos de sua vida no ano que passou: realizações profissionais, saúde, caminho espiritual, expressão pessoal, projetos e sonhos. Medite sobre os sucessos e fracassos, criando uma nova imagem do futuro. Consulte algum oráculo, faça uma lista de desejos e projetos, assuma compromissos, prepare encantamentos, invoque as Deusas e entre no Ano Novo com fé, força, luz e esperança.
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