Pã é o deus dos bosques, dos campos, dos rebanhos e dos pastores na mitologia grega. Reside em grutas e vaga pelos vales e pelas montanhas, caçando ou dançando com as ninfas. É representado com orelhas, chifres e pernas de bode, amante da música, traz sempre consigo uma flauta.
É temido por todos aqueles que necessitam atravessar as florestas à
noite, pois as trevas e a solidão da travessia os predispunham a pavores
súbitos, desprovidos de qualquer causa aparente e que é atribuídos a
Pã; daí o nome pânico.
Os latinos chamavam-no também de Fauno e Silvano e tornou-se símbolo do mundo por ser associado à natureza e simbolizar o universo.
Em Roma,
chamado de Lupércio, é o deus dos pastores e de seu festival, celebrado
no aniversário da fundação de seu templo, denominado de Lupercália, nos dias 15, 16 e 17 de fevereiro. Pã é associado com a caverna onde Rômulo e Remo foram amamentados por uma loba. Os sacerdotes que o cultuavam vestiam-se de pele de bode.
Nos últimos dias de Roma, os lobos ferozes vagavam próximos às casas.
Os romanos então convidavam Lupercus para manter os lobos afastados.
Pã, era uma deidade amorosa cuja atividade predileta era perseguir e seduzir mulheres. Um dia, Syrinx, a filha do deus fluvial Ladon, caminhava pela margem do rio próxima aos bosques de Pã. Quando Pã a avistou, ele saiu em seu encalço, perseguindo por algum tempo a assustada ninfa. Por fim, quando estava perto o suficiente para alcança-la, a ponto de Syrinx poder sentir sua mão áspera e ouvir sua respiração em seu ouvido, ela gritou pedindo que seu pai a socorresse. O deus do rio a transformou então num feixe de juncos à margem do rio, próximo da água.
Incapaz de reconhecer sua derrota, Pã aguardou por um longo tempo, esperando que ela voltasse à sua forma original, o que jamais aconteceu. Por fim, o deus dos bosques cortou alguns dos juncos e os amarrou uns aos outros, lado a lado, com uma das extremidades fechadas. Quando assoprou por cima da extremidade aberta superior, percebeu ter produzido uma bela melodia. Desta forma, foi criada a Flauta de Pã.
Apesar de passar a ser representado como um ser lascivo após o domínio patriarcal, ele originalmente simbolizava simplesmente as forças masculinas da natureza. Era um filho da Terra, uma deidade da fertilidade, o Pequeno Deus. Os cristãos o transformaram em seu principal demônio.
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