sexta-feira, 19 de setembro de 2014

A MORTE DE TIAMAT

No épico mesopotâmico da criação, tudo se inicia do caos aquático. Apsu, a água doce que origina rios e riachos, e Tiamat, o mar ou águas salgadas, combinaram seus poderes para criar o universo e os deuses. Apsu não gostou do que seus filhos estavam fazendo e decidiu conspirar contra eles. As crianças-deuses descobriram seu plano de assassiná-las e enviaram o deus Ea para matar seu pai, Tiamat não apoiava os planos de Apsu de destruir seus filhos mas, diante da morte de seu esposo, ela passou a lutar contra eles.
A deusa encontrou outro companheiro, Kingu, com quem gerou milhares de monstros para ajudá-la. As crianças-deuses temiam lutar contra Tiamat até que Marduk, filho de Ea, decidiu lutar contra ela. O restante dos deuses rebentos prometeram a Marduk que, em caso de vitória, ele seria coroado o rei dos deuses.
Marduk teceu uma rede e apanhou Kingu e todos os monstros. Ele os acorrentou e os atirou ao Submundo. Partiu então para matar Tiamat. Com metade do corpo dela ele fez o céu, e com a outra metade a Terra. Os humanos foram criados a partir do sangue de Kingu. Marduk criou em seguida uma habitação para os deuses no céu, fixou as estrelas nos céus e regulou a duração do ano.
De um modo ou de outro, os mares e a Lua sempre estiveram interligados. Tiamat pode muito bem ser a representação da deusa tríplice lunar cujo culto foi sobrepujado e substituído pelos seguidores do Sol. Isso explicaria os créditos dados a Marduk por ter regulado a duração do ano. Originalmente, os mesopotâmicos, como tantas outras culturas, utilizavam o calendário lunar.

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